sexta-feira, 2 de julho de 2010




CIBERESPAÇO E CIBERCULTURA

O ambiente artificial produzido pelo homem, também é ambiente. Como tal influencia a configuração cultural da humanidade assim como o ambiente natural .
Hoje, embora ainda sujeitos aos caprichos da natureza humana, nosso ambiente produzido culturalmente concorre juntamente com o natural na configuração do humano, e, em alguns momentos, superando-o.
O desenvolvimento das tecnologias digitais e a profusão das redes interativas quer queira ou não, colocam a humanidade diante de um caminho sem volta: já não somos como antes. As práticas, atitudes, modos de pensamento e valores estão, cada vez mais, sendo condicionados pelo novo espaço de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores: o ciberespaço.
O ciberespaço, ou espaço virtual é também espaço, guardando características de ambiente no que se refere à sua capacidade de interferir na produção e reprodução da cultura. Sendo espaço, é também lugar.
O ciberespaço é um espaço abstrato, que se constrói sobre um suporte físico, produto da nossa cultura. André Lemos (2002,p.137) nos diz que o ciberespaço “não é desconectado da realidade, mas um complexificador do real”.
Há de se lembrar ainda, que o virtual, como concebe Pierre Lévy, é a releitura, a atualização de algo que existe concretamente.
O ciberespaço é a virtualização, a atualização em um lugar, de dados registrados em outro lugar, interconectados por redes, e que, por suas características técnicas de programação, permite a meditação da comunicação entre seres humanos, e com a própria cultura por eles produzida.
Esse é ponto de partida de Pierre Lévy para estudar as implicações culturais engendradas pelas novas tecnologias de comunicação e informação. Cibercultura, lançado em 1999 no Brasil, é resultado de relatório encomendado pelo Conselho Europeu, dentro do projeto “Novas tecnologias: cooperação cultural e comunicação”.
O autor acredita que a cibercultura seja a herdeira legítima da filosofia das Luzes e difundem valores como fraternidade, igualdade e liberdade. “A rede é antes de tudo um instrumento de comunicação entre indivíduos, um lugar virtual no quais as comunidades ajudam seus membros a aprender o que querem saber”. Diante da profusão do fluxo informacional e do caos emergente que isso venha a causar, ele acena que a rede tem a sua própria forma de controle: a opinião pública e as instituições que dela fazem parte.

http://www.uff.br/mestcu/angele2.ntm
Abordagens Antropológicas do Ciberespaço e da cibercultura
Marco Aurélio Borges Costa
Carlos Henrique Medeiros
galaxy. intercom.org.br:81180/dspace/bitstream/1904/17042/1/ro402-3pdf.

Ciberespaço e Cibercultura



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